Medidas de Redução de Impacto x Eventos Climáticos Extremos

MEDIDAS DE REDUÇÃO DE IMPACTO

Naira Santa Rita Wayand de Almeida

3/2/20235 min read

Eventos climáticos extremos como secas, ondas de calor, inundações, enchentes e furacões, tem impactos devastadores nas comunidades e na infraestrutura onde ocorre, estes eventos estão cada vez mais intensos, frequentes e severos devido às mudanças climáticas, tornando cada vez mais importante a implementação de medidas para reduzir os seus impactos.

Neste artigo, discutiremos algumas das principais medidas que podem ser tomadas para reduzir os impactos de eventos climáticos extremos, medidas necessárias a curto, médio e longo prazo para diminuir os riscos, aumentar a proteção dos afetados e prevenir a recorrência de desastres.

  • POLÍTICA DE HABITAÇÃO DIGNA

As pessoas não escolhem viver em áreas de risco, mas devido a falta de alternativas oriundas do processo de desenvolvimento das cidades, que carrega em si uma lógica desigual, expulsando as populações historicamente negligenciadas (comunidade negra, indígena, quilombola) das zonas mais seguras forçando-as habitar áreas de risco, como comunidades, favelas.

É necessário que haja articulação do governo federal, estados e municípios, unindo esforços para implementar uma política de moradia digna, pois atualmente mais de 10 milhões de pessoas vivem em áreas de alto risco de desastres no Brasil. É essencial que haja políticas públicas que priorizem a oferta de moradias seguras e seguras para aqueles que vivem em condições de vulnerabilidade social e alta periculosidade, como em encostas sujeitas a deslizamentos de terra ou próximas a rios e áreas costeiras sujeitas a inundações repentinas, resultando em perda de vidas.

  • PLANEJAMENTO DE RESPOSTA EMERGENCIAL

O planejamento de preparação para desastres é um passo crítico na redução dos impactos de eventos climáticos extremos. Isso envolve o desenvolvimento de planos de resposta a emergências responsivos que descrevem as funções e responsabilidades dos socorristas, policiais, profissionais de saúde e outros atores envolvidos. O planejamento de preparação para desastres também deve incluir planos para evacuação, abrigo, comunicação durante emergências, sistemas de alarme eficientes, mapa de rotas de fuga, definindo pontos de encontro e abrigos seguros e determinando protocolos a serem seguidos pela população, sendo necessários para estabelecer um planejamento de resposta e de prevenção em comunidades vulneráveis, permitindo que haja desocupação rápida dos locais mais perigosos na iminência de um desastre. Essas medidas precisam ser implementadas no curto prazo, mesmo quando não há previsões de desastres antecipados.

  • LETRAMENTO PARA MUDANÇAS CLIMÁTICAS E DISSEMINAÇÃO DO TEMA

Letramento Nacional de Educação para Resiliência Climática, a educação e disseminação do tema são componentes importantes para reduzir os impactos de eventos climáticos extremos. Isso inclui sensibilizar o público sobre os riscos e impactos de eventos climáticos extremos, promover a preparação para desastres e incentivar práticas sustentáveis. Além disso, os esforços de divulgação podem ajudar a envolver as comunidades no planejamento e implementação de medidas para reduzir os impactos de eventos climáticos extremos de acordo com as especificidades de cada território.

A educação básica tem papel fundamental para agir sobre os impactos do aquecimento global, do racismo ambiental e dos riscos associados à ocupação irregular de regiões sujeitas a inundações ou deslizamentos, no Japão, as crianças aprendem desde o ensino fundamental sobre eventos de incidência no país e protocolos de atuação e salvamento durante furacões, terremotos e etc, e achei bem bacana a recomendação da  Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência direcionadas aos órgãos da mídia, para que evitem se referir a situações deste tipo como inevitáveis ou imprevisíveis, mas que em vez disso procurem analisar e difundir amplamente suas causas e os meios de evitar sua repetição, em comunicação com função social.

  • INFRAESTRUTURA PARA CENÁRIOS DE EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS

Melhorias na infraestrutura podem ajudar a reduzir os impactos de eventos climáticos extremos. Por exemplo, a construção de paredões e diques pode ajudar a proteger as comunidades costeiras de tempestades e inundações. Da mesma forma, melhorar os sistemas de drenagem e atualizar os códigos de construção pode ajudar a reduzir os impactos de chuvas fortes e inundações. Além disso, a construção de edifícios energeticamente eficientes pode ajudar a reduzir os impactos das ondas de calor extremas, reduzindo o consumo de energia e os custos de refrigeração

  • PLANEJAMENTO E USO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS E DA TERRA

O planejamento sustentável do uso da terra pode ajudar a reduzir os impactos de eventos climáticos extremos, reduzindo o risco de desastres naturais. Isso envolve evitar o desenvolvimento em áreas com alto risco de inundações, deslizamentos de terra ou incêndios florestais. Além disso, o planejamento sustentável do uso do solo pode ajudar a reduzir o efeito da ilha de calor urbana, aumentando os espaços verdes, reduzindo a pavimentação e promovendo práticas de desenvolvimento de baixo impacto. Recomposição das matas e florestas que protegiam e devem voltar a proteger as montanhas e bacias hidrográficas especialmente nas áreas mais sujeitas a tempestades intensas, assim evitando novas catástrofes como a de Petrópolis, Recife, Minas Gerais, Bahia ano passado e esse ano no Litoral Norte Paulista.

  • MITIGAÇÃO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Reduzir as emissões de gases de efeito estufa é uma parte crítica da redução dos impactos de eventos climáticos extremos. As medidas de mitigação das mudanças climáticas incluem a redução do consumo de energia, a promoção de fontes de energia renováveis e a melhoria dos sistemas de transporte para reduzir as emissões. Além disso, as tecnologias de captura e armazenamento de carbono podem ajudar a reduzir as emissões de usinas de energia e outras fontes industriais.

Estabelecimento de política consequente e sistemática de enfrentamento e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, para atacar uma das causas mais graves para os deslizamentos, inundações e mortes que deve ser aplicada no Brasil quanto constituir um empenho de nosso País na esfera internacional.

  • METAS, DESDOBRAMENTOS E PRAZO DEFINIDO

União de todos os atores políticos e sociais para, em prazo a ser definido (curto, médio, longo prazo) com uma relação de políticas consequentes, garantir que as cerca de 10 milhões de pessoas ora vivendo em condições de risco ante desastres possam ter acesso a moradia digna, saneamento básico e seus direitos fundamentais garantidos; além de políticas com foco em planos de adaptação climática para meios urbanos, territórios vulneráveis, redução de perdas e danos.

Em conclusão, os eventos climáticos extremos estão se tornando mais frequentes e severos devido às mudanças climáticas, tornando cada vez mais importante a implementação de medidas para reduzir seus impactos. Planejamento de preparação para desastres, melhorias de infraestrutura, planejamento sustentável do uso da terra, mitigação das mudanças climáticas e educação e divulgação são medidas importantes que podem ser tomadas para reduzir os impactos de eventos climáticos extremos. Ao trabalharmos juntos, podemos ser mais capazes de resistir e se recuperar de eventos climáticos extremos.

Referências; IPCC e SBPC